Na madrugada desta quinta-feira (24), o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou guerra à Ucrânia. Ataques através de mísseis e tropas terrestres já ocorreram em várias cidades Ucranianas, inclusive a capital, Kiev.

Historicamente a região sempre registrou tensões geopolíticas, contudo, a movimentação de tropas russas que clamam o território como pertencente ao seu país traz uma preocupação global com o conflito internacional.

Desse modo, a comunidade internacional já condenou a invasão russa. Os membros da OTANOrganização do Tratado do Atlântico Norte alertaram o presidente Vladimir Putin que haverão sanções severas.

Todavia, para nós brasileiros, como este conflito pode afetar nossa economia? E como podemos proteger nossos investimentos em meio a uma guerra? 

Para isso precisamos entender um pouco mais sobre os envolvidos

A Rússia

A história da Rússia é caracterizada por uma série de mudanças de governos, seguidos por golpes e ditaduras instauradas. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi a instauração de um regime socialista que abrangeu diversos países do leste europeu entre os anos 1922 até 1991. 

Liderado por Josef Stalin, a URSS uniu cerca de 15 territórios de países da atualidade. O Regime socialista durou cerca de 70 anos, e após uma grande crise, foi dissolvido e teve como marco histórico de seu fim a queda do muro de Berlim em 1991.

Contudo, mesmo após o fim da União Soviética, a Rússia ainda possui grande influência política e econômica nos países que faziam parte do conglomerado. 

Atualmente, a Rússia é o maior país do mundo em extensão territorial, e detém o 12º maior PIB global. Além disso, a economia é majoritariamente caracterizada pela exportação de recursos naturais como: metais, madeira, petróleo e principalmente o gás natural.

A Rússia é responsável por mais de 90% do abastecimento de gás natural de toda a Europa, o que coloca a nação em uma posição de destaque nas negociações internacionais (devido à alta demanda pelo recurso por conta dos invernos rigorosos).

A Ucrânia

Como citado anteriormente, a Ucrânia é um país relativamente novo, fruto da dissolução da URSS no ano de 1991. Por conta de sua criação recente e turbulenta, ainda existe uma grande influência política da Rússia no país.

Desse modo, há grupos de resistência na Ucrânia que se declaram como Russos. Esse é um dos argumentos utilizados por Vladimir Putin para anexar o território da Ucrânia ao russo.

O país possui o 51º maior PIB do mundo e sua economia está baseada na agricultura, principalmente no cultivo de sementes de girassol, milho, batata e abóbora.

Como a guerra afeta nossa economia?

O Brasil é um país majoritariamente exportador de commodities como: soja, carne bovina, petróleo e minério de ferro. Contudo, somos extremamente dependentes do mercado externo em diversos setores por conta de possuirmos uma baixa produção industrial.

Em vista disso, um possível conflito internacional pode acarretar em um encarecimento dos produtos internacionais (devido ao aumento na demanda), e como nossa moeda nacional já está depreciada, o poder de compra do brasileiro, internacionalmente falando, pode ser fatalmente afetado.

Assim, com o aumento dos preços internacionais, o reflexo no bolso dos brasileiros será a inflação principalmente nos combustíveis e nos produtos da indústria de transformação, os quais são as principais importações do Brasil.

Como proteger seus investimentos

Visto que estamos em meio a um conflito, vamos analisar historicamente quais são os reflexos de uma crise desta magnitude na economia. Não precisamos ir para 1939 (Segunda Guerra Mundial) para analisarmos esses dados, basta olhar para a década retrasada na Guerra do Iraque em 2003.

Um estado de economia de guerra é caracterizado por uma realocação generalizada de recursos para suprir a crise. No conflito com o Iraque, por exemplo, o foco de gastos e investimentos foi na área: militar, combustíveis e metais. Contudo, vários outros setores também foram colateralmente beneficiados pela guerra.

Desse modo, em um cenário de guerra, não necessariamente é preciso investir na indústria de armamento para proteger seus investimentos. O Ouro por exemplo, que é um dos principais ativos para proteção de carteira, e hoje atingiu um maior patamar desde Junho de 2021. 

Falando de Brasil, as crises internacionais generalizadas provocam fortes volatilidades na bolsa, por conta da aversão ao risco. Ademais, o preço do barril de petróleo (Brent) chegou ao patamar de U$100 maior alta desde 2014. Isso impacta diretamente no preço dos combustíveis em nosso país, visto que somos dependentes de importações.

Desse modo, evitar um pouco da renda variável e expor-se aos ativos de renda fixa atrelados à inflação é a maneira mais segura de se proteger de um fenômeno de caos no longo prazo.

Contudo, com a baixa do dólar, ocasionado principalmente pelo aumento do preço das exportações de commodities, é um ótimo momento para encontrar oportunidades no curto prazo, principalmente nos mercados internacionais.

Por fim, possuir uma carteira balanceada é a solução para lidar com qualquer tipo de crise, caso queira entender um pouco mais, deixo um texto que mostra como você pode construir uma carteira blindada (à prova de crises).

Se ficou qualquer dúvida, basta me enviar uma mensagem no campo abaixo “fale com o autor” !

Bons investimentos

Bruno