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Renda Fixa

Renda Fixa ainda vale a pena?

Sim, ainda vale a pena investir em renda fixa, mesmo que não apresente o mesmo desempenho de dez anos atrás, ainda é importante tê-la na composição da carteira. 

Por muito tempo, investir na poupança era algo que trazia bons rendimentos para o investidor brasileiro, sem a necessidade de assumir muito risco. Porém a taxa básica de juros chegou ao seu menor patamar no último ano, atingindo 2%ao ano, impactando diretamente a taxa base da rentabilidade da poupança e de outros papéis de renda fixa. E mesmo que recentemente o COPOM comitê de política monetária} tenha voltado a aumentar a taxa Selic, a dúvida se a aplicação em renda fixa ainda vale a pena, persiste. 

Até o final desse texto, você saberá a resposta, mas para que ela fique mais clara, vamos entender as peças que se juntam nesse quebra-cabeça:

·         O que é taxa Selic e porque ela voltou a subir

·         Quando investir em renda fixa

·         O que é uma reserva de emergência

·         Vantagens x Desvantagens

·         Papéis de renda fixa

·         Agora, a resposta que todos esperavam… 

O que é taxa Selic e por que ela voltou a subir?

O comitê de política monetária recentemente fez aumentos consecutivos na taxa Selic. Foram três aumentos consecutivos de 0,75% cada, atingindo o valor de 4,25% no momento que escrevo esse blog. Na reunião mais recente, ele sinalizou estar indo em direção a elevação da taxa básica de juros a um patamar neutro Para o Brasil, uma taxa saudável é manter a taxa Selic entre 5% a 7% . Estimativas já veem a taxa Selic em 6,5% até o fim do ano. 

A taxa Selic é importante por ser uma ferramenta de política monetária, utilizada para balancear a meta da inflação. Um dos motivos da inflação aumentar é o aumento do consumo, ou seja, com a demanda mais alta, os produtos ficam mais caros. Como a taxa Selic é a base para cobrança dos juros praticados no mercado, quando ela aumenta, o custo do dinheiro fica mais caro. Esse movimento dificulta novos empréstimos, como consequência gera-se uma retração na demanda do mercado e, por fim, acaba contendo a tendência inflacionária. 

Não é por acaso que a taxa Selic se manteve em seu menor patamar durante a pior época da pandemia da Covid-19. Ela possibilitou que fossem feitas dívidas com um baixo custo. Tanto para o Governo quanto para as empresas, essa taxa baixa foi importante para minimizar os impactos econômicos da crise. 

Além disso, uma taxa tão baixa não condiz com a situação econômica brasileira. O Brasil possui risco de investimento alto quando comparado com outros países. É preciso oferecer taxas atraentes para investidores estrangeiros se arriscarem. Esse é outro motivo pelo qual a taxa básica de juros voltou a subir. 

Com o aumento da taxa Selic, mais investidores terão interesse em trazer seu capital para o Brasil. Isso significa que o dólar pode ainda sofrer uma correção uma depreciação, uma queda no seu valor frente ao real pois os investidores estrangeiros precisarão comprar reais, forçando o dólar a um valor menor. 

Mas não se engane, os juros não voltarão a patamares como os vistos anteriormente, como 13% ao ano. Como já dito, para os próximos anos a taxa Selic está sendo projetada para 6,50% a.a.

Quando investir em renda fixa?

Os investimentos de renda fixa devem ser usados por todos os investidores, dos conservadores aos arrojados, cada um com sua porcentagem adequada a seus objetivos financeiros. Os principais objetivos ao se investir nesses títulos, públicos ou privados, é criar uma reserva de emergência ou manter o capital protegido

Os papéis de renda fixa mais indicados para constituir a reserva de emergência são os que apresentam menor variação e que também tenham um período de resgate curto. O Tesouro Selic, negociado pelo tesouro direto, é um dos ativos indicados para essa função.  

Outro ativo que pode ser usado como reserva de emergência é o CDB de liquidez diária, que pode ser resgatado e ter sua liquidação financeira Depositado em conta corrente no mesmo dia. Vários bancos emitem esse tipo de papel, mas devemos ficar de olho na taxa oferecida. Um exemplo é o CDB ofertado pelo banco BTG Pactual, onde é possível encontrar um CDB de liquidez diária a 104% do CDI. 

Esses produtos também podem ser usados para proteger o capital, porém, para essa função não é necessário ter resgate imediato. Com a possibilidade de manter o capital aplicado por mais tempo, são encontradas taxas mais atrativas. Quanto maior o período, maior o risco da curva de juros, logo são emitidos papéis com melhores taxas. 

Quanto à curva de juros, ela é um modo de olhar o mercado futuro de renda fixa. É a média entre a expectativa do mercado e a do governo para a taxa básica de juros futura. Por exemplo, a expectativa dos juros para 2024 está em 7,67% ao ano, com isso é possível avaliar se um produto para 2024 está atrativo ou não. O mínimo aceitável deve ser a taxa indicada. 

Entretanto essa curva não é estática, por isso é importante ficar de olho no movimento do mercado e nas decisões e comunicados divulgados pelo COPOM. Dependendo da interpretação do mercado sobre o que o Comitê de Política Monetária indicar, a curva de juros pode “abrir aumentar a diferença das expectativas do mercado e do Governo “ou “fechar diminuir as expectativas do mercado e do Governo}“.

O que é uma reserva de emergência?

A reserva de emergência deve ser composta por, pelo menos, seis vezes o custo mensal do investidor ou o custo familiar. Quando ocorrer alguma eventualidade, terá capital suficiente para cumprir com todas as obrigações. 

Essa eventualidade pode ser desde perder o emprego até uma cirurgia que deve ser feita. A questão é, esse dinheiro fica reservado para ser usado com despesas imprevistas

Vantagens x Desvantagens da Renda Fixa

Na hora de selecionar os produtos para montar o portfólio de investimentos, é necessário analisar cada produto que irá compor a carteira. Todos possuem seus prós e contras a serem considerados e a seleção deve ser feita considerando as estratégias e o perfil do investidor.

A renda fixa também possui tanto pontos positivos como negativos, que devem ser analisados e usados na hora da tomada de decisão.

VANTAGENS 

·         Segurança

Papéis de renda fixa podem ser prefixados, pós fixados ou híbridos, mas independentemente do tipo, ao adquirir o papel você já sabe o que receberá no vencimento. Isso dá segurança ao investidor, por não precisar se preocupar com eventuais desvalorizações. 

Além da taxa pré-definida, o Fundo Garantidor de Crédito também oferece segurança ao investidor. O FGC cobre o risco de crédito risco de calote, caso o emissor não tenha capacidade de cumprir com a dívida. Esses papéis devem ser emitidos por instituições bancárias, tendo um limite de cobertura de 250 mil reais, por CPF e instituição financeira, cobrindo até 4 instituições diferentes, totalizando R$1milhão de volume assegurado por pessoa.  

·         Acessível

Começar a investir em renda fixa é acessível. Para fazer a alocação é preciso criar uma conta em uma corretora e selecionar o papel que deseja alocar. É possível adquirir um título público com no mínimo R$30 e títulos privados a partir de R$100. 

·         Benefícios Tributários

Alguns papéis oferecem benefícios tributários para o investidor, como as LCAs/LCIs, CRIs/CRAs e debêntures incentivadas. As taxas oferecidas são isentas de imposto de renda e, devido a esses benefícios, as rentabilidades desses papéis tendem superar a rentabilidade líquida de um CDB. Porém, é preciso se atentar que só as LCAs/LCIs possuem cobertura do FGC, por serem emitidas por bancos. 

·         Diversificação 

A renda fixa pode ser usada como uma forma de diversificação. Mesmo para investidores mais agressivos, ter um título de dívida no portfólio pode ser interessante. É essencial ter renda fixa em carteira como método de proteção, principalmente para diversificar o risco de mercado. A renda fixa serve como contraponto da renda variável, trazendo estabilidade para a carteira. 

DESVANTAGENS 

·         Prazo

Títulos de dívida possuem um prazo de vencimento, que é quando recebe-se o principal valor aportado no início do investimento acrescido dos juros. Se precisar resgatar antecipadamente, pode vender no mercado secundário no mercado secundário, você pode repassar seu investimento para outro investidor, sempre a preço de mercado , porém, dependendo da precificação da curva de juros, pode ser vendido com ágio valorização ou deságio desvalorização}

·         Taxas

No mercado de capitais há títulos emitidos em diversos prazos de vencimento, desde liquidez diária até além de 2030. É importante ficar atento aos papéis que possuem IOF e, também, ao prazo da tabela regressiva. A alíquota mínima do imposto de renda só incide em papéis com vencimentos iguais ou maiores que 720 dias. 

[tabela regressivas IR Renda Fixa]

·         Baixo Retorno 

Os papéis de renda fixa possuem segurança na sua rentabilidade, porém eles não trazem grandes retornos, como outros investimentos. As aplicações nesses papéis são importantes, porém se almeja ter maior retorno é necessário arriscar mais. Também é preciso ficar de olho na inflação e na rentabilidade real do investimento. 

Rentabilidade Real = Rentabilidade nominal - Inflação. 

Papéis de Renda Fixa 

CDB

O Certificado de Depósito Bancário é um título privado, emitido por instituições financeiras. O Banco emite o CDB com o intuito de captar dinheiro que, quando for devolvido na data do seu vencimento, o investidor terá seu principal acrescido de juros. As instituições emissoras são classificadas pelo seu grau de risco de inadimplência, quanto maior o risco, mais juros terão de oferecer para seu papel ser atrativo ao investidor. Esse papel também possui cobertura do FGC.

Debênture

As debêntures são títulos de dívidas emitidos por empresas para captar dinheiro e investir na companhia. Há alguns tipos de debênture, mas a mais atrativa geralmente é a debênture incentivada. As debêntures incentivadas possuem seu capital exclusivamente direcionado a investimentos em infraestrutura, o que possibilita a isenção do imposto de renda. As empresas também oferecem juros sobre o principal, porém os papéis emitidos não possuem cobertura do FGC.

LCA/LCI

As Letras de Crédito do Agronegócio e a Letra de Crédito Imobiliário são produtos de renda fixa, emitidos por bancos. Possuem taxas prefixadas, pós fixadas ou híbridas. Devido a seus lastros no Agronegócio e no mercado Imobiliário, são produtos isentos de imposto de renda. Eles também possuem a garantia do FGC, o que dá uma segurança ao investidor. 

CRI/CRA

Os Certificado de Recebíveis, Imobiliários ou do Agronegócio, são produtos emitidos por securitizadoras e por isso não possuem a garantia do FGC. Porém, de forma semelhante às LCIs e LCAs, devido à classe do seu lastro, possuem isenção de imposto de renda. Para emitir os CRIs e CRAs, as securitizadoras negociam um adiantamento de recebíveis de outras empresas, os pagando com um deságio, tendo o recebível em seu portfólio, os colocam no mercado de capitais como um único produto. 

Letra Financeira

As Letras Financeiras são papéis de longo prazo, com vencimento mínimo de dois anos, o que garante a menor alíquota de imposto de renda. São utilizadas para cobrir os custos das instituições financeiras em suas operações. Elas não possuem cobertura do FGC, mas em contrapartida possuem taxas mais atrativas, devido ao seu grau de risco. As taxas são normalmente pós-fixadas, não excluindo a possibilidade de emissão em outras taxas, com investimento mínimo de R$50 mil.   

Letra de Câmbio

As Letras de Câmbio são títulos de dívida, semelhantes aos CDB e LCA/LCIs, porém elas são emitidas por financeiras (sociedades de crédito, financiamento e investimento). As financeiras acabam tendo um maior risco que instituições bancárias, por esse motivo são obrigadas a oferecer taxas mais atrativas. Elas também possuem cobertura do FGC, o que traz segurança para o investidor.

Tesouro Direto

Os títulos negociados pelo Tesouro Direto são emitidos pelo governo. São emissões de dívida pública, onde existem produtos prefixados, pós-fixados e híbridos, com algumas datas de vencimento disponíveis, mais distantes que as encontradas em alguns produtos de dívida privada. São os papéis com menor risco no mercado, o que é uma grande influência na sua tomada de decisão. 

Afinal, vale a pena investir em renda fixa? 

Sim, ainda vale a pena investir em renda fixa. Não será ela que gerará a maior contribuição da sua carteira, ao longo prazo. Mas será ela que manterá uma volatilidade saudável, segurando o grau de risco do investidor. 

Mesmo com a Selic em um patamar baixo, os papéis de renda fixa possuem sua parte na consolidação de uma carteira diversificada. Ela pode ser usada tanto como reserva de emergência, como um modo de manter o capital do investidor protegido

E com o aumento da taxa Selic, a rentabilidade dos títulos públicos e privados irão melhorar, especialmente os pós-fixados que acompanham o aumento da taxa básica de juros. Porém, isso não é motivo para migrar toda sua carteira para investimentos mais conservadores. 

Se você almeja ter retorno maiores que a taxa básica de juros, é necessário ter aplicações em ativos mais arriscados. Sempre mantendo uma carteira balanceada com o nível de risco adequado a seu perfil de investidor. 

Portanto, não só vale a pena investir em renda fixa, como ela tem importância na constituição da carteira, pois ela a protege e diversifica.

Se desejar saber mais, ou possuir alguma dúvida sobre renda fixa e suas funcionalidades, não hesite em me chamar. 

Até o próximo post!

Débora Costacurta

 

Conheça a Debora

Especialista em Investimentos | Assessora de Investimentos

Desde nova, a Débora já se interessava por investimentos. Sempre pesquisou sobre o assunto e ao longo dos anos foi se aprofundando cada vez mais! Iniciou sua jornada de investimentos, pegando gosto pelo assunto e se apaixonando pela área. Quando adquiriu conhecimento suficiente, se tornou assessora de investimentos na EWZ Capital, pois acredita que o mercado financeiro no Brasil tem ainda muito espaço para crescimento e consolidação!

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