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Entenda a briga Zetta x Febraban

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Entenda a briga Zetta x Febraban

No dia 20/09 a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) se envolveu em uma polêmica juntamente com a Zetta, organização sem fins lucrativos criada pelo Nubank e Mercado Pago. A evolução das Fintech atuando de maneira disruptiva vem criando uma série de conflitos entre bancões e bancos digitais, onde cada um defende seu lado com seus motivos - e, pra falar a verdade, são ótimos pontos que cada lado defende.

Quem é a Febraban?

A Febraban é a principal entidade representativa do setor bancário do Brasil. Ela é responsável por regulamentar e padronizar as atividades dos Bancos como: empréstimos, taxas de juros, segurança bancária, etc. Dentro dos associados podemos citar os maiores bancos do Brasil, sendo eles: Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Bradesco.

Quem é a Zetta?

Em contrapartida, a Zetta é uma associação de empresas de tecnologia (fintechs) que oferecem serviços financeiros digitais. O objetivo é dar visibilidade aos posicionamentos e ideias dos associados aos órgãos reguladores. Seus maiores associados são: Nubank, Banco Inter e Mercado Pago.

Diferenças entre Fintechs e Bancos

A “briga” entre os bancos tradicionais e os digitais chamam a atenção principalmente dos investidores no setor. A tecnologia possibilitou o desenvolvimento de plataformas 100% digitais, com alta escalabilidade de negócio e baixo custo de manutenção. 

Isso fez com que as FinTechs - Empresas financeiras focadas em soluções tecnológicas - entrassem de maneira agressiva no mercado. Uma vez que o custo de implementação de um app é muito menor que o custo de um banco tradicional (físico, com agências, gerentes, infraestrutura, etc), as Fintech conseguem apresentar custos mensais muito menores do que os dos grandes bancos.

Para nós, consumidores/clientes, ficou muito mais atrativo. Hoje temos diversas oportunidades para investir, abrir contas e fazer nosso controle financeiro sem custo algum, o que traz diversas vantagens contra os bancões - à primeira vista.

Clima tenso entre Zetta e Febraban

Nesta quinta-feira (16/09) através do Linkedin, o perfil da Zetta compartilhou a seguinte matéria do site: Valor Investe

A Febraban, por sua vez, não gostou muito do post e comentou na postagem de uma maneira provocativa:

Zetta, quer falar mesmo a “verdade”? “Cê não conta” pra ninguém, mas a gente conta!

A Zetta não contou que o Nubank, que tem cara, porte, produtos e até nome de banco, prefere não se dizer banco, mas cobra juros mais altos dos seus clientes do que a média dos cinco ou 10 grandes bancos brasileiros. Olhe bem!

A Zetta não contou, mas a página do BC traz a verdade: na última semana de agosto, a taxa média do juro do cartão rotativo do Nubank era de 291,67% ao ano, MAIOR que a média dos 5 grandes bancos, de 271,68%.

No crédito pessoal não consignado, a taxa média cobrada pelo Nubank foi de 62,86% no final de agosto, enquanto a média dos 10 grandes bancos era de 54,54% ao ano e dos cinco grandes 60,65% ao ano.

A Zetta também não conta que as Fintechs pagam bem menos impostos que os bancos, que pagam 45% sobre lucro, sendo 25% de IR e 20% de CSLL, enquanto que as Fintechs pagam apenas 9% ou, quando muito, 15% de CSLL.

A Tréplica não prevista

Após as declarações feitas pela Febraban, a Zetta permaneceu em silêncio por dois dias. Contudo, quando todos pensavam que os ânimos estavam contidos, a empresa filiada aos bancos digitais lançou uma matéria com o título: Assimetria regulatória favorece os bancos tradicionais e não as fintechs. No texto é explicado como as fintechs são prejudicadas pelas burocracias impostas pelo governo, que beneficiam os bancos tradicionais.

Provavelmente, a rixa entre os bancos digitais e os bancos tradicionais ainda terá mais capítulos. As fintechs revolucionaram não apenas as instituições financeiras, mas uma infinidade de setores, que também tiveram que se adaptar à concorrência digital. 

A grande questão é: será que essa evolução está sendo justa?
A verdade é que estamos cansados de taxas e sobre taxas, taxas escondidas e abusos em cobranças sem nenhum tipo de retorno por parte dos grandes bancos. O mundo mudou, e a tecnologia veio para evoluir. Mas sabemos que não existe almoço de graça. Se, por um lado, o banco não cobra tarifas, de onde vem seu faturamento para a manutenção da própria entidade? Temos que ficar de olhos abertos em relação a isso, porque, no final da história, quem paga a conta é sempre o cliente!

Próximos capítulos

Quem ganhará essa queda de braço? Será que a Febraban conseguirá pressionar as instituições regulatórias para equilibrar os encargos e responsabilidades fiscais/profissionais com os bancos digitais? Apenas o tempo poderá nos dizer! Cabe a nós, investidores e usuários, entender como podemos nos beneficiar dessas possíveis oportunidades. Particularmente, acho que a revolução digital chegou para ficar, e com certeza podem dividir (e já estão dividindo) espaço com os grandes bancos.

Fico à disposição para que você possa tirar suas dúvidas ou até mesmo marcar um bate papo para que eu possa te ajudar!

Bons investimentos,

Bruno Coelho.

Conheça o Guilherme

Analista de Investimentos CNPI

Investidor pessoa física desde 2017, Guilherme Paiva já atuou em diversas frentes do Mercado Financeiro. Tendo início em sua carreira como Assessor de Investimentos, hoje, Guilherme é Analista Fundamentalista de Investimento com a Certificação CNPI, sendo especialista nas áreas de Organização Financeira Pessoal, Gestão de Ativos e Investimentos. Formado em Administração com ênfase em Gestão para Inovação e Liderança pela UNISINOS/RS, Guilherme desenvolve sua carreira acadêmica auxiliando na produção de artigos científicos, além de prestar alguns serviços voluntariados de Mentorias Financeiras.

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