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ECONOMIA DE LULA E DE BOLSONARO: QUAL FOI A MELHOR?

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ECONOMIA DE LULA E DE BOLSONARO: QUAL FOI A MELHOR?

Não é novidade para ninguém que hoje o cenário político do Brasil está polarizado. Em um período de véspera de eleições, temos os dois candidatos que disputam a presidência do Brasil para a partir de 2023.

E o mais interessante ainda, é que ambos os candidatos já tiveram seus momentos à frente da nossa nação, o que permite comparar como que foi o governo de cada um deles. E é justamente esse o nosso objetivo aqui, vamos expor aqui os principais dados de cada um dos mandatos a título de comparação, para que você possa estar sempre bem informado.

INDICADORES E PERÍODOS DE GOVERNO ANALISADOS

Cabe ressaltar, entretanto, que como aqui buscamos sempre falar de investimentos, essa análise vai ser mais focada nas questões econômicas de cada governo bem como o desempenho que o país apresentou em cada mandato. Além disso, é importante deixar extremamente claro que aqui não temos inclinação política alguma, e o nosso objetivo é apenas trazer um comparativo de como performou cada presidente.

Para isso, iremos tratar sobre alguns dos principais indicadores econômicos, sendo eles: Desemprego, PIB, IBOVESPA, IPCA, SELIC, Dívida/PIB e Câmbio. Além disso, para deixar claro os períodos analisados, trataremos, especificamente, dos governos do Lula, em ambos os seus mandatos, que ocorreram entre 2003 e 2010, e do Bolsonaro, que compreende os períodos de 2019 até o final deste ano de 2022.

Tendo feito esses apontamentos, bora para o primeiro indicador!

DESEMPREGO

Sempre presente na pauta de todos os candidatos e, de fato, extremamente importante para qualquer governo, o Desemprego é um indicativo que afeta diretamente a população e a própria economia do país. Para entendermos melhor como foi o desempenho de cada um dos governantes ao longo de seus mandatos, vamos aos números:

Para podermos ter mais clareza na análise dos dados e no comparativo dos números, o Governo Lula vai ser segmentado em dois momentos, um para cada um de seus mandatos. No primeiro, o então presidente recebeu de seu sucessor o país com uma taxa de 11,7%. Ao final de seu primeiro mandato, em 2006, o país estava com 8,4% de desemprego, representando uma redução de aproximadamente 28%. Ao se fazer um comparativo com o mundo, a taxa de Desemprego mundial, no mesmo período, caiu 10,8%, passando de 6,5% para 5,8%, fazendo com o Brasil tenha tido um desempenho superior.

Já no seu mandato seguinte, Lula reduziu ainda mais o desemprego do país. Saímos dos então 8,4% e passamos para 6,7%, representando uma queda de aproximadamente 20%. No mesmo período, o mundo saiu de 5,55% para 5,40%, representando uma queda próxima a 3%.

Trazendo agora para o cenário atual, o governo de Bolsonaro assumiu o poder com uma taxa deixada pelo seu antecessor de 12,3%, bem superior ao entregue pelo Lula. Com dados consolidados, até o final de 2021, o Brasil apresentou um aumento nesse índice de aproximadamente 21%, chegando a 14,9% de desemprego, ao passo que o mundo, no mesmo período, passou de 5,6% para 6,2%, também apresentando um aumento, porém menor que o Brasileiro. O aumento nesse caso foi de aproximadamente 11%.

Todavia, vale destacar que, ao final do primeiro semestre de 2022, o Brasil apresentava uma taxa de Desemprego em torno de 9,1%, fazendo com que a alta apresentada no ano anterior tenha sido equiparada e que hoje, o governo esteja com uma taxa aproximadamente 26% menor do que quando recebeu o controle do país.

E esse indicador de Desemprego é tão fundamental, pois é ele que impacta, diretamente, na quantidade de pessoas que estão realmente produzindo para o país. Essa produção, por sua vez, pode ser medida através do desempenho das empresas que compõem o país, que, em última instância, pode ser interpretado através do nosso próximo indicador: o PIB.

PIB (PRODUTO INTERNO BRUTO)

Novamente, respeitando a ordem cronológica de cada governo, abaixo temos o desempenho do PIB em cada mandato. E para você que talvez ainda não esteja muito familiarizado, o PIB é o principal indicador utilizado para se medir a produção de riqueza que o país teve. Portanto, vamos aos números, começando pelo primeiro mandato do Lula:

  • 2003 -> + 1,14%
  • 2004 -> + 5,76%
  • 2005 -> + 3,20%
  • 2006 -> + 3,96%

Com isso, tivemos um resultado crescente da economia brasileira no período observado. Nesse primeiro mandato, o governo Lula apresentou um crescimento acumulado de + 14,76%. Ao se olhar o segundo mandato de Lula temos os seguintes números:

  • 2007 -> + 6,07%
  • 2008 -> + 5,09%
  • 2009 -> - 0,13%
  • 2010 -> + 7,53%

Percebe-se aqui, portanto, que mesmo com os efeitos da crise de 2008, o Brasil conseguiu performar muito bem, e terminou esses quatro anos com um acumulado de + 19,85% em sua economia.

No governo Bolsonaro, por sua vez, a economia sofreu muito por conta dos impactos do COVID, o qual foi uma das maiores crises econômicas mundiais da história. Com isso, os números do governo foram:

  • 2019 -> +1,14%
  • 2020 -> - 3,88%
  • 2021 -> + 4,60%
  • 2022 (com dados apenas o primeiro semestre do ano, ou seja, até Julho) -> + 3,20%

Teve-se, portanto, até o momento, um crescimento econômico do país, mas um pouco mais modesto, atingindo um acumulado de + 1,69%.

Naturalmente, esses resultados do PIB são compostos por todas as atividades  realizadas no país. Porém, quando se deseja saber como foi o desempenho específico das empresas do país, a melhor forma é se olhar o desempenho da Bolsa de Valores, o que é, justamente, o nosso próximo tópico.

IBOVESPA

No caso do Brasil, o principal indicador para se analisar a Bolsa de Valores, é através do nosso índice, chamado de IBOVESPA. Os valores para o IBOVESPA nos respectivos governos foram:

No primeiro mandato do Lula, recebeu de FHC a Bolsa a 11.270 pontos e encerrou o seu primeiro governo com 44.470 pontos, totalizando uma alta de + 294% ou + 33.200 pontos.

Já em seu segundo governo, a Bolsa também apresentou alta. Um pouco mais modesta que a primeira, mas ainda assim bem interessante. No segundo mandato do Lula, a Bolsa brasileira saiu dos seus 44.470 pontos e encerrou o ano de 2010 com seus 69.300 pontos, apresentando uma alta de + 55%, ou + 24.830 pontos.

No governo Bolsonaro, por sua vez, recebeu, de seu antecessor, Michel Temer, a Bolsa a 87.800 pontos, e hoje, a Bolsa figura em torno de 110.000 pontos. Isso totaliza uma alta de aproximadamente 27%, ou + 22.200 pontos.

Vale ressaltar aqui que, ao se analisar a Bolsa de Valores de um país, tanto a métrica em percentual quanto em pontos se faz interessante. E se você está se perguntando o motivo disso, eu te explico:

A medição por percentual sempre será uma boa medida, para saber, de fato, o crescimento que houve. Porém, especificamente no caso da Bolsa de Valores também é importante se olhar a quantidade de pontos que se cresceu, pois quanto maior a pontuação da Bolsa, menor será a representatividade do mesmo crescimento de pontos, ao se analisar percentualmente.

Por exemplo: uma Bolsa que está a 10.000 pontos, e apresenta um crescimento de 5.000, cresceu 50% no período. Agora, se no ano seguinte, a Bolsa crescer os mesmos 5.000 pontos e sair de 15.000 para 20.000, o crescimento em pontos foi o mesmo, mas percentualmente foi de 33%, inferior ao ano anterior, por mais que o crescimento tenha sido praticamente o mesmo.

Além disso, para facilitar a visualização dos dados, temos abaixo um consolidado do histórico do IBOVESPA, segmentado pelos Governos, para que possamos ter uma visão mais clara do quanto cresceu em cada mandato:

Além disso, sabemos que nem toda economia pode ser medida única e exclusivamente pela Bolsa de Valores do país ou pelo PIB, muito porque existem preços que vão aumentando e comprometem, significativamente, a vida das pessoas daquele país.

Essa alta dos preços e perda do poder de compra do consumidor, é medida pela inflação, e aqui no Brasil utilizamos o IPCA como principal índice para tal.

INDICADOR DE INFLAÇÃO

No Brasil, o principal índice de inflação pode ser medido pelo IPCAÍndice de Preços ao Consumidor Amplo. Tendo isso em vista, usaremos o IPCA como forma de comparar as médias de inflação dos períodos, as quais são descritas abaixo:

O primeiro mandato do Lula, compreendendo os anos entre 2003 e 2006, a média de inflação foi de 6,04% ao ano. Já o segundo mandato, abrangendo os anos entre 2007 e 2010, a média de inflação foi de 5,14% ao ano. O Bolsonaro, por sua vez, obteve uma média de 6,26% ao ano, considerando que ainda não compreendemos a totalidade dos dados de 2022.

Pode-se perceber, portanto, que a inflação, por mais que venha oscilando muito, principalmente nos últimos anos, ela se manteve praticamente estável ao se comparar o acumulado de ambos os governos.

Entretanto, é muito importante que o investidor saiba que existe uma forte relação entre a Inflação do país, e a própria Taxa de Juros, a qual aqui no Brasil, historicamente foi bem alta, mas também sofreu algumas oscilações ao longo dos anos.

TAXA SELIC

Como aqui no Brasil a nossa Taxa de Juros historicamente foi muito alta, e nos últimos anos, por mais que o Governo Bolsonaro tenha abaixado ela a níveis quase nunca vistos antes, ela oscilou muito também. Na imagem abaixo, conseguimos identificar as oscilações comentadas, bem como a maneira com que a SELIC se comportou em cada governo.

Pode-se perceber, ao se analisar a imagem que, ao longo dos dois primeiros Governos do Lula, a Taxa SELIC veio apresentando uma tendência de baixa, mas mesmo assim, permaneceu em um patamar muito elevado, oscilando entre 16% e 20% em alguns momentos. Já no governos de Bolsonaro, a tendência foi de o país possibilitar uma economia mais fluida, reduzindo a taxa a níveis nunca vistos antes. Todavia, os impactos do COVID fizeram com que houvesse a necessidade de se aumentar novamente essa taxa.

Em uma análise rápida, uma taxa SELIC baixa, permite uma maior atuação das empresas, com novos investimentos e afins, o que acaba sendo muito bom para o mercado brasileiro. Ao mesmo tempo, sabemos que ao elevar a Taxa de Juros, o Governo acaba assumindo alguns compromissos com seus investidores, onde, de certa forma, ele acaba se endividando.

Para isso, existe um indicador que compara a Dívida que o Governo possui em relação ao seu PIB, que é o nosso próximo tópico.

INDICADOR DÍVIDA/PIB

O que seria, praticamente, comparar a dívida de uma empresa com o seu faturamento, é o que esse indicador busca fazer. Ao se colocar lado a lado a relação de endividamento dos governos, pode-se ter uma noção de que direcionamento as políticas econômicas estão trazendo.

No primeiro Governo do Lula, a relação Dívida / PIB era de aproximadamente 65%, o que significa dizer que a Dívida total do Governo representava algo em torno de 65% do PIB do período. No mandato seguinte, esse valor caiu para 62%, e hoje, no governo Bolsonaro, estamos com um valor de aproximadamente 80% do PIB.

Com isso, pode-se perceber que no último mandato houve uma considerável alta no nível de endividamento do nosso país, o que pode ser explicado muito pelas medidas sociais adotadas, principalmente para combater o COVID, o qual não entrava na previsão de qualquer governo que fosse. Além disso, existe, ainda, uma outra variável que tem um real impacto tanto na economia brasileira quanto na inflação de nosso país, que é o Dólar.

COTAÇÃO DO DÓLAR

Muitas vezes utilizado para medir o desempenho do Brasil em relação com o dos EUA, temos as seguintes informações para a cotação do Dólar ao longo dos Governos:

No primeiro mandato, Lula assumiu o governo com uma cotação de R$ 3,63, e terminou com R$ 2,15, o que representa uma queda de 40%. Em seu segundo mandato, o Lula encerrou o ano de 2010 com mais uma queda, entregando o Governo com uma cotação do Dólar em R$ 1,69, representando mais uma queda, desta vez de 21%.

Já o Governo Bolsonaro recebe do governo anterior o Dólar cotado a R$ 3,88, e até o momento da postagem desse blog, o Dólar está cotado a, aproximadamente, R$ 5,30, o que representa uma alta de 36,5%.

DISCLAIMER FINAL

Claro que aqui vale ressaltar que, da mesma forma que os diferentes governos passam por diferentes dificuldades, não tem como se negar que a crise provocada pelo COVID foi uma das mais severas da história, o que pode justificar alguns dos resultados do atual governo.

Em contrapartida, durante o segundo mandato do Lula, mais especificamente entre 2008 e 2009, o mundo também viveu o que era, até então, a maior crise do capitalismo, com o Brasil conseguindo ter se saído bem diante desse cenários, mesmo que não tenhamos sido afetados tão diretamente como na de agora.

Por isso, é sempre importante deixar claro que aqui trouxemos apenas alguns dos dados econômicos desses governos. Vale ressaltar que nem todo Governo se faz apenas com economia. Apesar de ser um pilar extremamente importante, também há outras características que pesam para o bom ou mau desempenho do governo. Como comentei no início, a ideia aqui era trazer alguns dos indicadores econômicos para compararmos, especificamente, as economias desses governos.

Espero que isso possa ter lhe ajudado, e qualquer dúvida, que não seja sobre orientações políticas ou outro qualquer tipo de manifestação, é só nos deixar aqui nos comentários que será um prazer lhe ajudar. Até o próximo post! ;D

Conheça o Guilherme

Analista de Investimentos CNPI

Investidor pessoa física desde 2017, Guilherme Paiva já atuou em diversas frentes do Mercado Financeiro. Tendo início em sua carreira como Assessor de Investimentos, hoje, Guilherme é Analista Fundamentalista de Investimento com a Certificação CNPI, sendo especialista nas áreas de Organização Financeira Pessoal, Gestão de Ativos e Investimentos. Formado em Administração com ênfase em Gestão para Inovação e Liderança pela UNISINOS/RS, Guilherme desenvolve sua carreira acadêmica auxiliando na produção de artigos científicos, além de prestar alguns serviços voluntariados de Mentorias Financeiras.

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