sexta-feira, 3 de setembro de 2021
Não é de hoje que escutamos nos noticiários movimentações por parte do governo e que acaba impactando diretamente a economia. Um exemplo fácil é o aumento e redução da taxa Selic ou a reforma tributária, tão falada hoje. Separei aqui as principais ferramentas que o Governo utiliza no dia a dia e que todos os investidores devem conhecer.
· Política monetária
· Política Fiscal
· Política Cambial
O principal objetivo da política monetária é controlar a quantidade de moeda em circulação, o que acaba refletindo nos juros e na inflação. Se existe muito dinheiro em circulação (baixos juros), é de se esperar que os preços aumentem (Inflação em alta). Caso o dinheiro fique mais difícil de ser acessado (juros altos), é esperado um leve aumento nos preços em curto tempo, porém a longo prazo os preços devem voltar ao valor justo (inflação controlada).
Essas são as políticas contracionistas e expansionistas, e o Governo as utiliza de acordo com seu objetivo econômico. A contracionista busca fazer com que a quantidade de moeda em circulação diminua, enquanto a expansionista é exatamente o oposto, tem o intuito de adicionar capital em circulação.
O responsável pela execução da política monetária é o Banco Central e ele tem algumas ferramentas para alcançar seus objetivos, como:
Quando você deixa um saldo em conta corrente no seu banco, ele não está lá de fato. O banco, em termos simples, pega seu dinheiro “parado” e empresta para outro cliente. Isso cria um problema, pois o dinheiro é “multiplicado” em pouco tempo. Por exemplo: O Gabriel tem R$1.000. O banco pega esse dinheiro e empresta para o João. Assim, João tem R$1.000. Como João tem R$1.000 em conta (enquanto não utilizar), teoricamente o banco pode pegar esses mesmos R$1.000 e emprestar pra Larissa. É claro que isso não daria certo por muito tempo.
O depósito compulsório é a ferramenta para mitigar esse risco bancário. A cada valor que temos em saldo de conta corrente, o banco é obrigado a depositar no Banco Central (BACEN) uma porcentagem antes de realizar um empréstimo. Assim, através dessa ferramenta, o Governo consegue controlar a facilidade de empréstimo, lembrando que quanto mais fácil e mais dinheiro no mercado, mais barato ficam os juros. O contrário também é verdade!
Quando um banco ou outras instituições financeiras precisam recorrer a um empréstimo e não consegue pedir a outros bancos, precisam recorrer ao Bacen. A taxa aplicada pelo Banco Central é chamada Taxa de Redesconto e o custo de se pegar esse empréstimo pode variar de acordo com a política monetária (expansionista ou contracionista). Se quiser colocar mais dinheiro em circulação, a taxa de redesconto precisa diminuir e, quando for para retirar o dinheiro de circulação, basta aumentar os juros. Como o aumento da taxa de redesconto tira capital de circulação, o custo do dinheiro aumenta e quando ela diminui o custo do dinheiro também diminui.
O Open Market é quando o Tesouro Nacional anuncia que irá comprar ou vender títulos públicos em massa. No caso do Tesouro anunciar uma venda em massa, ele retira dinheiro de circulação (ele entrega títulos de dívida e recebe dinheiro). Numa vertente expancionista, o Tesouro irá comprar em massa os títulos já em circulação, recolhendo os papéis dos investidores (voluntariamente) e entregará dinheiro em saldo. Com essa ferramenta é possível movimentar a economia, visando o melhor desempenho e atingir os objetivos econômicos do Brasil.
Uma forma mais direta de mudar a taxa de juros para controlar a inflação, é ajustar a taxa Selic. Ela também é conhecida como Taxa Básica de Juros, por ser referência na hora das instituições financeiras definirem os juros praticados. É uma das ferramentas que mais afetam os investidores de maneira geral, pois influencia diretamente os retornos a curto/médio prazo.
Um aumento da taxa Selic deixa a Renda Fixa mais atrativa, pois você terá uma rentabilidade com mais segurança. Mas, além de deixar a renda fixa mais atrativa, a renda variável sofrerá uma “frenagem”. Com juros mais alto, as empresas terão mais dificuldade de conseguirem empréstimos para aumentarem suas produções, assim como suas dívidas serão ajustadas. Ou seja, é de se esperar que as empresas possam desacelerar seus movimentos financeiros.
A política fiscal é uma medida do governo para equilibrar as contas públicas, assegurando que as metas do PIB e da inflação sejam cumpridas. Igual à política monetária, a política fiscal pode ser expansionista ou contracionista e a escolha depende do momento econômico do país.
As ferramentas dessa política são duas: a regulação dos tributos e a dos gastos do governo. Para colocar mais dinheiro em circulação, o governo diminui os impostos recolhidos e aumenta seus gastos com infraestrutura, serviços e projetos, deixando mais dinheiro na mão da população para aquecer a economia.
Já quando o governo aumenta os impostos e diminui os gastos, isso faz com que exista menos capital circulando, logo menos demanda, fazendo com que a economia esfrie. Com a economia girando menos, o PIB tende a ser menor, enquanto na política expansionista o PIB tende a crescer.
A ideia de oferta e demanda do dinheiro em circulação também se aplica ao controle da inflação, levando à mesma lógica usada na política monetária.
Na política cambial, como o nome já diz, o que será ajustado é o câmbio, ou o comércio de moeda estrangeira. Teoricamente, há três tipos dessa política:
· Flutuante
· Fixa
· Bandas cambiais
A flutuante deixa que o câmbio se ajuste naturalmente, sem intervenções, enquanto o governo que utiliza a fixa tem a intenção de controlar o valor do câmbio no país.
A que é utilizada no Brasil é a de bandas cambiais, que pode ser considerada a junção dos dois. O Bacen permite que o câmbio flutue até certo nível e quando ele acha que o dólar valorizou ou desvalorizou demais, ele intervém para deixar no patamar que deseja. Hoje o túnel de negociação é entre R$5.00 e R$5.60 para o dólar.
Há três tipos de políticas: Monetária, Fiscal e Cambial. Com elas o governo consegue controlar o andamento da economia e monitorar algumas taxas e indicadores. Essas políticas podem ser expansionistas ou contracionistas, focadas em colocar ou retirar dinheiro de circulação para que a inflação e a economia sejam controladas de acordo com as diretrizes e objetivos econômicos do Governo
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Até o próximo post,
Débora Costacurta
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